quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009





" Mais uma Tupiniquim"

Brasileiros com problemas no exterior já viraram rotina na imprensa internacional. O caso de Paula Oliveira, uma advogada, que mora e trabalha na Suíça, e teria sofrido agressões por motivos racistas, nos faz refletir sobre como usar informações que não conseguimos checar. Uma notícia de agência fez com que a maior e mais importante TV brasileira cometesse um dos maiores equívocos sobre a veracidade da informação. A única fonte usada pela TV foi o pai da advogada, que teria conversado com a filha por telefone. Ao noticiar como verdade a agressão sofrida por Paula, a TV Globo, tida como exemplo nas checagens de fontes, fez com que diversos veículos de comunicação cometessem o mesmo erro, publicando como verdadeira aquilo que viria a ser maior "barriga" da história do jornalismo brasileiro, segundo o Observatório da Imprensa.
Paula Oliveira tem, segundo seus pais, Lúpus, uma doença que altera o comportamento. Para alguns especialistas, a doença, pode até alterar o comportamento, mas raramente fará com que uma pessoa chegue a esse grau de insanidade, a ponto de se expor, e colocar toda uma nação em situação ridícula.
A partir da década de 1960 vários brasileiros foram tentar a vida em outras plagas. Isso fez com que fossemos chamados de "Tupiniquins", por um lado deveríamos ficar orgulhosos, já que se refere a tribo "Tupi" (Índios que habitavam o sul da Bahia até o norte do Espírito Santo). Só que a forma pejorativa como é usado o termo nos faz refletir se as mancadas, ou melhor, se todas as coisas que acontecem no exterior com compatriotas devem ser noticiadas com toda ênfase, ou devem ser analisadas com mais critérios por nossa mídia.
Fotos: "Último segundo" e "Diário de Cuiabá"